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ANSEIOS DE MINHALMA

 

Poema do Rev. Brígido Borges Portela

"Depois disso ouvi a voz do Senhor que dizia: A quem enviarei? e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui Senhor, envia-me a mim"                           Isaias 6:8

 

Eu quero meu Senhor, levar este evangelho

Nos lares do Brasil, onde a incerteza mora

Oh, quantos perecendo, o infante, o moço e o velho

Nas garras do pecado - O monstro que devora

     Eu quero pois sair, sair de porta em porta

     Dizendo ao mundo incrédulo: Jesus não tarda vir

     "O tempo está cumprido" acorda ó alma morta

     Vem beber santa luz, nas vésperas do porvir

 

Bem sei que muita gente dorme o sono eterno

Sonhando com esta vida infinda de prazer

Não pensando no céu só dizem: não há inferno

Comamos nosso pão, não adianta crer.

     Há lares cortesãos vestidos de riquezas

     Comprando salvação por missas bem cantadas

     Prendendo o sacerdócio em derredor das mesas

     Zombando dos cristãos, com longas gargalhadas

 

Há grupos de profanos, céticos, descrentes...

De tudo quanto é santo e se chama sagrado

Vivendo só na carne e em tudo indiferente

Marchando para o fim, que foi profetizado

     Mas... nesta Pátria Grande! eu vejo o brasileiro

     No carro de "Candance" examinando a Lei

     Se alguém corre e lhe explica estuda o Livro inteiro

     Tornando-se uma ovelha desta santa grei

 

Esta seara é grande! E os poucos ceifeiros

Não temos mais Felipe à beira do caminho

Com aquele mesmo ardor de Apóstolos primeiros

Correndo atrás dos carros de um pais vizinho

     Está faltando Paulo o louco dos gentios

     Fazendo-se judeu, para ganhar judeus

     Sentado nos jardins, lançando desafios

     Até que assim, convença os homens para Deus

 

Precisa-se de um Pedro, cheio de ousadia!

Que fale às multidões, sem temer "batinados"

Importa é obedecer a Deus, que a tirania

Dos feios corações, recreios de pecados

A causa necessita de homens corajosos,

Pregando pelos vales, sem temerem a morte

Colhendo na seara os frutos preciosos

Legando aos brasileiros uma melhor sorte

 

Sentindo este dever, com fé vou me entregando

Minha alma sente a sede de evangelizar

Eu quero Meu Senhor, eu quero ir contando

Esta tão bela história, História singular!

 

Abrindo este evangelho! Os homens hão de crer

Nas grandes profecias do anjo de Abraão

Com medo do castigo e medo de morrer

Volta-se para Deus! Pedindo-lhe o perdão

 

Senhor, eu só te peço um pouco de ousadia

Que destes aos teus servos, santos pioneiros!

Coragem, fé, saber! E a lâmpada que ardia

No peito de João, pra eu dar aos brasileiros.

 

Bem sei que nada sei, bem sei que nada sou

Sei que não sou capaz de fazer obra tal

Porém se me enviares firme sempre vou

Salvar o meu País deste execrando mal

 

Anseios de minha alma! Anseios de pregar!

Anseios de partir... Anseios deste amar!

Anseios de dizer... anseios de falar

Que Cristo quer salvar ao pobre pecador

 

Um dia eu verei os que foram avisados

Por mim nesta seara e aceitaram Jesus

Um dia ve-los-hei no reino coroados

Nas ruas do milênio! Em fulgurante luz!

 

Meu Deus apresse o dia, Meu Deus quando será?

Aumenta a ansiedade, desejos de partir

Eu sei tudo me diz que Cristo voltará

Por sobre as nuvens claras, Tribunas do Porvir.